Como rasurar la Habana

Luiz Henrique De Nadal

Como Rasurar La Habana é uma foto-instação com 10 (dez) móbiles interativos. Cada uma dessas estruturas é composta de 1 (uma) fotografia central de La Habana e duas extensões com dois diferentes tipos de depoimento cada. Um deles foi escrito pelo fotógrafo, na condição de estrangeiro, no seu diário de viagem à Capital de Cuba, La Habana. O outro, por um escritor cubano a quem foram mostradas as imagens posteriormente e que descreveu sua relação pessoal com cada uma delas. Uma vez suspensas no local da exposição, cada uma das estruturas induz o espectador a uma dinâmica de re-significações através do choque entre as diferentes formas de registro: a fotografia, o diário de viagem e a escrita íntima de um escritor cubano.

As fotografias de La Habana: Cada uma das 10 fotos centrais que compõem as estruturas foram feitas numa viagem à capital de Cuba, La Habana. Tais imagens retratam pessoas e lugares na circunstância do quotidiano.

O diário de viagem do fotógrafo: Este pólo contém fragmentos do diário de viagem do fotógrafo, o qual descreve as circunstâncias, as impressões e as expectativas de cada uma das 10 fotos. Nestes escritos estão explícitos os fatos que ficaram de fora das imagens centrais, relacionados à origem de cada uma das fotografias, suas motivações e seus impedimentos. Por outro lado estão implícitos os limites de uma perspectiva estrangeira.

A escrita íntima do escritor cubano: Este pólo está reservado para fragmentos de escrita pessoal de um escritor cubano, relacionando suas impressões a cada foto central. Trata-se da revelação, no plano pessoal, de uma pessoa que vive no lugar onde foram capturadas as imagens. Foi proposto a este autor que escrevesse em fluxo de pensamento os sentimentos e sensações que cada uma das imagens lhe provocasse. Estes depoimentos trazem uma relação mais íntima com o que está sendo representado nas imagens.

A Rasura: A rasura é provocada pelo embate entre os diferentes tipos de registro: a fotografia, o diário de viagens e a escrita pessoal de um escritor cubano – todos, em trânsito, ao redor de um mesmo espaço representado – La Habana. Partindo desta disposição, o gesto passa a ser o de incitar possíveis diálogos, conflitos, criações e deformações de significados que estas formas de registro possam causar uma na outra.

Exposição Foto-Instalação

Dia: 19 de novembro de 2010
Onde: Barca dos Livros – Lagoa da Conceição
às 20h
para maiores informações visite
www.istonaoeumcachimbo.com