Diadorim como índice de carnavalização
Em Platão percebe-se que toda vivência humana se dá pela falsa aparência, o jogo entre o real e sua projeção. O habitante da caverna, ao sair dela, passa a enxergar, com muita dificuldade a princípio, o mundo sob outra ótica e vislumbra possibilidades diferentes das quais está acostumado; essa nova condição o leva ao questionamento sobre o sentido do universo e de si mesmo enquanto parte desse mundo recém-descoberto.
Meu interesse por este tema é desvendar a intertextualidade entre o dado real, feminino e a projeção masculina da personagem Diadorim da obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa (2001). Presa a um mundo que acredita ser o único e, portanto, o verdadeiro, deixa rastros entre o mundo projetado e o que acredita ser real. Sua dualidade se faz a partir da relação entre os gêneros masculino e feminino e se traduz como mote para a existência de si no mundo, apontando para uma posição marcada pela ambigüidade, isto é, a fala feminina traduzida da voz de um homem – Riobaldo.
“… sou diferente de todo mundo. Meu pai disse que eu careço ser diferente, muito diferente…”(ROSA, 2001, p. 125)
Esse discurso sugere não apenas um índice de carnavalização como também a presença do mundo de ilusão que é representado pelo Mito da Caverna, do filósofo Platão, enquanto a própria alegoria da formação do homem. No caso da personagem ser diferente pode significar não somente sua condição de jagunço, mas também a integração dos papéis que assume (masculino e feminino) que a levam a um destino peculiar, seja pela questão da sobrevivência, seja pela questão posterior e maior de sua narrativa, a vingança parental.
Essa suposta androginia leva ao que a autora Adair de Aguiar Neitzel explica como coincidentia oppositorum que explicaria o paradoxal em Diadorim enquanto agente potencializador de opostos.
“os princípios feminino e masculino que se apresentam em Diadorim …. não se auto excluem, muito pelo contrário….” (NEITZEL,2004. p.48)
“Em Diadorim, há um estado paradoxal no qual os contrários coexistem. Com seu deformismo sexual simbólico, ela potencializa esses oposto, apresentando a conciliação” (IDEM, p.49)
Dizer então que Diadorim é um arcabouço para dois movimentos coexistentes é simplificar e empobrecer o que ela traz de mais precioso em sua condição, visto que ela transcende a questão da sexualidade em função de um papel muito mais importante. Trata-se da virtude, entendida como valores materiais e espirituais que dão a formação ao homem, tendo como princípio a Paidéia enquanto formação do homem grego no que concerne à honra como resultado das virtudes nas quais ele se pauta.
Outro aspecto que aponta para a presença do mito da caverna como índice de carnavalização na personagem se fundamenta na ambivalência que a vela ao mesmo tempo em que a desnuda. Em Diadorim coexistem dois movimentos independentes, o masculino e o feminino, que a relativizam e que são manifestados no seu discurso e naquilo que Bakhtin define como inversão de papéis, própria do carnaval.
“Mulher é gente tão infeliz… me disse Diadorim uma vez…” (ROSA, 2001, p.188)
Nota-se, no excerto acima, o discurso ambivalente da personagem e a leitura que Riobaldo faz dessa fala. É uma mulher falando como mulher ou, pode ser interpretada como um homem se referindo à vida difícil e infeliz de uma mulher. Seja como for, há na fala da personagem uma denúncia de um indivíduo que não se revela e que leva a crer que seu mundo é organizado de tal forma que não a provoca na busca pela identidade, seja ela masculina ou feminina. Apesar de se saber mulher, Diadorim conhece desde sempre sua condição, ou antes, seu habitat.
Pode-se dizer que a natureza dialógica da narrativa (pensamento) pressupõe que as relações de diálogos entre pessoas diminuem a distância na percepção dos gêneros, ou seja, a fala masculina de Diadorim e a leitura de Riobaldo, criando assim uma livre “mésalliance”[1] de idéias e imagens transpostas entre o que se diz e o que se pensa.
“O Carnaval triunfa sobre a mudança, sobre o processo propriamente dito de mudança e não precisamente sobre aquilo que muda…” (BAKHTIN, 2005, p.125)
O comportamento e os gestos, bem como as palavras, ganham liberdade de expressão e, valores e idéias pré-concebidas são relativizadas; não há certo ou errado, não há lei nem proibição durante o carnaval, posto que ele reúne e combina os opostos.
“A troca ritual das roupas implica uma subversão simbólica de comportamentos (…) é uma suspensão das leis e dos costumes, pois a conduta dos sexos passa a ser exatamente contrária a que deve ser normalmente” (MIRCEA APUD ADAIR , 2004. p. 118)
Somado ao discurso verbal que se organiza pela desorganização está a própria imagem externa; a indumentária – roupagem masculina, a conduta própria de um homem, no caso, um jagunço, o jagunço Reinaldo. Tais fatores levam a um simbolismo que aponta para a subversão de papel vivido pela personagem, corroborando sua ambigüidade e a relativização proposta pelo carnaval.
A linguagem coloquial, regional e a sociedade relativizada na qual se contextualiza mostram uma hierarquia que foge aos padrões estabelecidos, já que propõem um código de honra e uma ideologia particulares.
Essa relativização pode ser entendida como uma ilusão/imaginário e este aspecto se presentifica na personagem Diadorim que desde a infância vive num universo limitado onde a figura masculina é o dado de realidade que conhece e que remete ao mito da caverna e à carnavalização.
Essa combinação de opostos e as transposições que a norteiam se definem não apenas em seu modo de vivenciar experiências, mas também em seu pensamento e fala. A partir do momento em que ela segreda seu nome a Riobaldo, cria com ele um elo estabelecendo uma nova leitura discursiva. Ainda que Diadorim possa ser um derivado de Deodorina, exacerbando novamente sua ambivalência, uma vez que ela continua se “escondendo” do outro, observa-se que o percurso que ela traça para estabelecer intimidade com Riobaldo é um discurso com índices do feminino.
“Riobaldo… Reinaldo…” de repente ele deixou isto em dizer: “… Dão par, os nomes de nós dois…” (ROSA, 2001; P. 160)
Ao revelar sentimentos que geram conflitos ela estabelece com Riobaldo uma relação particular, totalmente diferente daquela que aparece no bravo Reinaldo que briga com Fancho Bode ou que toma defesa de uma mulher.
Daí a combinação de opostos (masculino e feminino) e a familiarização que rompe regras, status e gêneros, como cita Bakhtin.
“A familiarização está relacionada à terceira categoria da cosmovisão carnavalesca: as mésalliances carnavalescas. A livre relação familiar estende-se a tudo: a todos os valores, idéias, fenômenos e coisas.” (BAKHTIN, 2005, p.123)
Neste cenário habita a personagem Diadorim; nascida sob a condição natural de mulher, seu destino socialmente seria o de tornar-se esposa de alguém e mãe de família, sendo, assim, aceita pelo grupo. Entretanto, desde pequena ela é marcada pelas peculiaridades de um mundo que vai corroborar sua trajetória enquanto jagunço.
Órfã de mãe, desde cedo acompanhará o pai em suas viagens pelos sertões das Minas Gerais. Mais parecendo uma ordem do que um pedido, as palavras do pai induzem-na a um comportamento que a levará à inversão de seu papel natural e social de mulher, impedindo sua realização como tal. Por outro lado, será apresentada ao universo masculino, do qual se apropriará.
Observando a condição em que se instaura pode-se pensá-la como prisioneira do Mito da Caverna visto que esse universo se define como sendo sua realidade, a única que conhece ou reconhece. Ainda que se saiba mulher, Diadorim parece se familiarizar muito mais com seu papel frente ao mundo no qual está inserida do que consigo mesma.
“… Tenho meus fados. A vida da gente faz sete voltas – se diz. A vida nem é da gente…” (…) (ROSA, 2001, p. 171)
“… sou diferente de todo mundo…” (idem, p. 125)
Ser diferente neste contexto significa viver simultaneamente o masculino e o feminino, assumir um terceiro papel que se sobrepõe à própria sexualidade.
Essa reunião de opostos categoriza a cosmovisão carnavalesca das mésalliances ; a donzela-cavaleiro, o amor-ódio, a bravura-doçura, todos os predicados gerados pela ambigüidade da personagem reforçando sua condição existencial no mundo ilusório/imaginário que a circunda.
Sua organicidade discursiva, traduzida pelo duplo de gêneros que a leva a relativizar-se, faz parte das “mésalliances” advindas da sátira menipéia, um gênero da carnavalização.
“Riobaldo, pois tem um particular que eu careço de contar a você, e que esconder mais não posso. . Escuta: eu não me chamo Reinaldo, de verdade. Este é nome apelativo, inventado por necessidade minha, carece de você não me perguntar por quê. (…) Você era menino, eu era menino… Atravessamos o rio na canoa… Nos topamos naquele porto. Desde aquele dia é que somos amigos. (…) Pois então: meu nome, verdadeiro, é Diadorim. Guarda este meu segredo. Sempre que sozinhos a gente estiver, é de Diadorim que você deve de me chamar, digo e peço, Riobaldo.” (ROSA, 2001, p.171)
Se o carnaval representa um mundo à parte, com personagens que fogem ao cotidiano, pode-se supor que essas personagens vivem como prisioneiras de um mundo ilusório/imaginário; o que é real para elas está circunscrito pela visão que possuem do contexto aonde se inserem e neste sentido a consciência de sua realidade é limitada pelo grau de conhecimento que possuem de si e do universo circundante.
Sobre a ilusão e o imaginário é necessário estabelecer a diferença para que se produza o efeito de sentido pretendido na análise da carnavalização na personagem.
Ilusão denota a identificação anormal de algo, enquanto imaginário pressupõe a fantasia. Para Platão, a ilusão é o mundo dos sentidos, ou seja, o mundo terreno que está distante do ideal essencial que ele define como o mundo verdadeiro. O imaginário, por seu turno, significa o criar, o conceber pelo pensamento, pela faculdade de fantasiar e está calcado num dado de realidade.
“… Diadorim é Reinaldo … O Reinaldo é valente como mais valente, sertanejo supro. Boa apelidação e danado jagunço.” (ROSA, 2001, p. 583)
Como homem, ela conquista o respeito e a admiração do bando. Eleva-se então o masculino sobre o feminino, a bravura sobre a doçura, subverte-se a ordem natural da mulher Diadorim, agora respeitada como pessoa forte no grupo.
Apesar da doçura, ela possui a força de caráter e a perseverança necessárias ao cumprimento de seu objetivo: vingar a morte do pai.
“Diadorim dizia – Não posso ter alegria nenhuma, nem minha mera vida mesma, enquanto aqueles dois monstros não forem bem acabados” (ROSA, 2001, p. 45)
Essa fala da personagem traz a idéia de sacrifício, ou seja, sua vida está marcada pela dor (a auto-proibição a que se impõe de ter alegria). Este comportamento remete ao sacrifício presente no ritual, no caso dela, o ritual da vingança, que se liga à idéia de mito, uma vez que o sacrifício sugere a expiação de uma culpa. Embora não se identifique culpa na fala personagem, é possível estabelecer uma relação de sacrifício como um depositário que visa manter o apaziguamento social, que será verificado posteriormente.
Há na personagem Diadorim uma liberdade ambivalente. Ao mesmo tempo em que é livre para transitar no mundo masculino, eliminando a distância entre si e os jagunços, é também prisioneira desse mundo, já que não pode se relacionar afetivamente com o outro. Nesse aspecto poderíamos pensar na liberdade da personagem como uma ilusão, por não perdurar, exatamente como propõe a teoria do semioticista russo sobre a efemeridade que justifica as inversões que aproximam pólos diferentes no carnaval.
A caverna de Diadorim é o universo do pai, que a manipula. Tudo o que ela enxerga parece vir através de seus olhos e por isso vive nas sombras, nem imaginando ou questionando a possibilidade de outro (s) mundo(s) que não aquele. Essa é toda a verdade que conhece e que se resume a uma projeção de lugares e pessoas que fazem parte da história de seu pai e não constituem sua realidade.
Ao contrário do prisioneiro do Mito da Caverna, que é posto em liberdade adquirindo conhecimento, Diadorim se mantém cativa não apenas ao pai e ao seu mundo mas também ao ideal de vingança que norteará sua vida adulta.
Embora seu amor por Riobaldo revele índices de feminilidade denunciados em pequenos gestos e falas e pela própria interpretação conflituosa que Riobaldo faz dela e de sua fala, ele, o amor não alcança a plenitude da realização.
“…Riobaldo, cumprir de nossa vingança vem perto… Daí, quando tudo estiver repago e refeito, um segredo, uma coisa, vou contar a você …” (ROSA, 2001, p.526)
Os amores em Diadorim são platônicos e contraditoriamente é por amor que ela concretiza sua narrativa ao morrer em função de uma vingança regida sob as forças motrizes do amor e do ódio, ou seja, novamente é trazido à tona a dualidade da personagem no viver, no sentir.
“Diadorim, em sombra de amor, foi que me perguntou aquilo: _ “Riobaldo, tu achasses que, uma coisa mal principiada, algum dia pode que terá bom fim feliz?” (idem, p.522)
Vale notar, no entanto que essa dualidade confere a ela o caráter de força pelo qual se pauta sua existência.
Mesmo que ela não questione a própria condição, até porque pelos indícios apontados é possível notar que ela sabe quem é, uma mulher,volta-se àquilo que foi dito anteriormente sobre a questão do reconhecimento de sua missão estar acima de sua própria condição.
“Não posso ter alegria nenhuma, nem minha mera vida mesma,enquanto aqueles monstros não forem bem acabados…” (idem, ps. 45,46)
Tanto o amor quanto o ódio apontam para a aspectualização da personagem justificando o bizarro que a constrói, isto é, da coexistência entre o masculino e o feminino surge um terceiro movimento que poderia ser considerado um oxímoro. Diadorim e/ou Reinaldo é um homem dócil e/ou uma brava mulher para quem os sentimentos são vividos na total intensidade, independente da condição sob a qual se instaurem.
O único a ter acesso a tais universos, embora platonicamente, é Riobaldo, a quem segreda, ainda que em mentira, seu verdadeiro nome.
“Pois então: o meu nome , verdadeiro, é Diadorim…Guarda este meu segredo. Sempre, quando sozinhos a gente estiver, é de Diadorim que você deve de me chamar, digo e peço Riobaldo” (ROSA, 2001, p. 172)
Esse impedimento de dizer quem seja somado ao sentimento que nutre por Riobaldo são também aspectos que contribuem para a mitificação da personagem, levando em conta que amar e ser mulher, no aspecto social, são coisas proibidas para ela, uma vez que se opõem ao seu objetivo.
Os sentimentos e toda a ambigüidade da personagem levam à tragédia, uma vez que traduzem todo o sacrifício de sua trajetória: se há algum riso reparador neste romance, pode-se dizer que ele se insinua ao final da história, quando é revelada a identidade de Diadorim. Como se houvesse um resgate por parte dela que, vingada a morte do pai, se liberta da máscara adotada.
“… Diadorim, nu de tudo. E ela disse: A Deus dada. Pobrezinha…” (ROSA, 2001, p.615)
“E disse. Eu conheci! Como em todo o tempo antes eu não contei ao senhor – e mercê peço: – mas para o senhor divulgar comigo, a par, justo o travo de tanto segredo, sabendo somente no átimo em que eu também só soube (…) Que Diadorim era o corpo de uma mulher, moça perfeita.” (ROSA, 2001, p.615)
Talvez esse riso carnavalizado seja o dela para seus inimigos, que, além de serem vencidos, o são por uma mulher.
O escândalo causado pelo descobrimento da sexualidade da personagem produz o efeito da carnavalização proposto por Bakhtin pela profanação dos elementos sociais, culturais e religiosos que vêm à tona. Essa excentricidade típica das mesalliances colocam-na como um depositário ou uma expressão personificada do aspecto oculto que pertence à natureza humana, isto é, ao subverter seu papel de mulher Diadorim propõe a todos uma nova leitura de força física e social agora exteriorizadas no discurso do jagunço e que levam o outro, no caso Riobaldo, a fazer uma interpretação dessa fala mansa e portanto incomum dentro do código de macheza ao qual está acostumado .
Portanto, Diadorim rompe com todas as regras e do ponto de vista da religião seu “pecado”, de acordo com o conceito judaico-cristão, poderia ser o de profanar sua condição natural de mulher.
Por outro lado, a não revelação de si e de seus sentimentos denotam o quanto ela permanece prisioneira num mundo de ilusão. Se por um lado era livre para transitar no mundo masculino, por outro ficou presa a ele através da figura de um pai do qual não se liberta e que se torna responsável pela sua não realização, já que lhe faltam referências femininas (mãe) que possam “permitir” que ela se revele em sua totalidade feminina.
Passível de leitura também é o fato de que é justamente nessa condição de “prisioneira” que ela alcança a força que a leva a desdobrar-se, convivendo com a macheza e coexistindo com o masculino e o feminino.
“De Maria Deodorina da Fé Bettancourt Marins – que nasceu para o dever de guerrear e nunca ter medo, e mais para muito amar, sem gozo de amor…” (ROSA, 2001, p. 620)
Assim, nota-se que a não revelação de si e de seus sentimentos denotam o quanto ela permanece prisioneira num mundo de ilusão, mas também a levam a subverter e de algum modo fazer a própria história com um traçado diferente, unindo o belo ao feio, o masculino ao feminino, o amor ao ódio, revelando assim a natureza humana que só se permite exacerbar tais aspectos na praça carnavalesca. A praça carnavalesca em Diadorim está traduzida no sertão aonde corrompeu os códigos de valores morais e cristãos e criou pra si e para o outro um novo código, um novo movimento, que Bakhtin denominou como carnaval em função das rupturas permissivas e que na personagem significaram um terceiro movimento, já apontado como o movimento transcendente que se sobrepôs à sexualidade por conta do valor maior para ela, o resgate da honra paterna alcançado pelo viés da vingança.
Referências
BAKHTIN , Mikhail. Problemas da Poética de Dostoievski. Tradução de Paulo Bezerra. 3.ed. São Paulo: Forense Universitária, 2005.
BARROS, Diana Luz Pessoa; FIORIN, José Luiz. Dialogismo, polifonia, intertextualidade . 2.ed. 1ª reimp. São Paulo: EDUSP, 2003.
ELÍADE, Mircea. Mefistófeles e o andrógino .p.118
JAEGER, Werner. Paidéia. A formação do Homem Grego . Tradução: Arthur M. Parreira. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
NEITZEL, Adair de Aguiar. Mulheres Rosianas. Percursos pelo Grande Sertão:Veredas. Florianópolis/Itajaí: UFSC/UNIVALI, 2004.
ROSA , João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. 19.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001
VASCONCELOS, Montgomery José. A Poética Carnavalizada de Augusto dos Anjos . São Paulo: Annablume, 1996.
[1] Mésalliances carnavalescas: a livre relação familiar estende-se a tudo: a todos os valores, idéias,fenômenos e coisas. Entram nos contatos e combinações carnavalescas todos os elementos antes fechados, separados e distanciados uns dos outros pela cosmovisão hierárquica extracarnavalesca (BAKHTIN, 2005, p. 123)