RESUMO: O realismo literário Machadiano, voltado à compreensão do sujeito psicológico e às suas inter-relações oferece vasto campo de estudo aos críticos e estudantes de literatura. Através de uma análise dos protagonistas das obras “Dom Casmurro” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, utilizando-me de conceitos da psicanálise, como mecanismos de defesa, busco oferecer um perfil psicológico de Bentinho e Brás Cubas, inserindo-os em seus contextos históricos e familiares.
PALAVRAS-CHAVE: Realismo Machadiano; Psicanálise; Memórias Póstumas de Brás Cubas.
ABSTRACT: Machadian literary realism, aimed at understanding the psychological subject and its interrelations, offers a wide field of study to critics and students of literature. Through an analysis of the protagonists of the works “Dom Casmurro” and “Posthumous Memories of Brás Cubas”, using concepts of psychoanalysis, as defense mechanisms, I try to offer a psychological profile of Bentinho and Brás Cubas, inserting them in their historical and family contexts.
KEYWORDS: The Realism of Machado de Assis; Psychoanalysis; Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Os heróis machadianos nas obras Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro, nem tão heroicos assim, possuem traços do Realismo literário, próprio do autor, minucioso, sutil e abrangente. Ao narrador nada lhe passa despercebido, e é através dos olhares, contradições ou chistes, que ele amarra a história dos personagens e convida o leitor a uma análise mais apurada dos fatos narrados.
Os protagonistas, Bentinho e Brás Cubas, se debatem em conflitos, entre seus pensamentos conscientes e seus impulsos inconscientes e essa luta interna é o foco das narrativas nestas obras. Os pensamentos e sentimentos de cada personagem e o modo como reagem aos acontecimentos externos são o centro das narrativas, e não os acontecimentos em si. O foco está nos efeitos dos eventos sobre o sujeito e na pressão psicológica que a sociedade exerce sobre seus cidadãos.
Pensando um modo de descrever personagens, como os aqui citados, utilizo-me de bibliografia psicanalítica, bem como da teoria da psicologia do desenvolvimento, com o objetivo de formular um perfil psicológico de ambos e, dessa forma, compreender as razões que motivam seus atos e levam às consequências mostradas no desenrolar do romance.
Para a compreensão do sujeito psicológico, os fatos que envolvem local de nascimento, momento histórico, tipo de sociedade em que está inserido, crenças familiares, temperamento e acontecimentos aleatórios são fonte de configuração de uma personalidade, portanto é necessária uma contextualização das obras.
Temos dois personagens vivendo na cidade do Rio de Janeiro, no século XIX, sob um governo monárquico em transição para uma república. A política exerce entre os sujeitos, portanto, uma influência que sugere insegurança da população com relação à economia e política, pela própria fase transitória em que vivem. Nada está definido e pode mudar a qualquer momento. As decisões políticas que afetam a população vêm, muitas vezes, de Portugal, havendo um conflito de interesses, o que for melhor para a metrópole será a lei. O período é de incertezas, pois, por outro lado, existe uma força política contrária, que começa a discutir os interesses do Brasil para os brasileiros. A cidade do Rio de Janeiro é centro político e cultural do Brasil, oferece cultura aos seus habitantes através de teatros, literatura e poesia; os eventos sociais estão divididos entre reuniões familiares e bailes; a elite tem acesso a escolas particulares Jesuítas e algumas universidades já existem no país; contudo o público de maior poder aquisitivo busca estudos em Portugal. O modelo europeu instituído e tradicional é copiado pelo brasileiro, os costumes, moda e interesses literários trazidos da Europa são considerados modelos de beleza e modernidade que devem ser seguidos, o que se revela é uma dependência econômica e estética que foi criada pela condição de colônia, como um sentimento de inferioridade em relação a metrópole e outros países europeus. Na literatura, o estilo Romântico vem sendo substituído pelo Realismo, a ideia das coisas como elas são, isentas de subjetividades se reforça através do conceito positivista, que nasceu no século XIX na França, o qual afirma que o conhecimento científico é o único que deve ser levado em consideração; trata-se, portanto, de um período extremamente materialista, o que se questiona deve ser comprovado; a modernidade está instalada com grandes núcleos habitacionais; as cidades estão em franco desenvolvimento. Afrânio Coutinho, em Introdução à Literatura No Brasil (1964, p. 180) se refere à segunda metade do século XIX como um período onde vozes se entrecruzam, dando espaço a diferentes estilos literários, como o Realismo, o Naturalismo e o simbolismo, motivados por inovações e transformações sociais de toda ordem.
Os preconceitos da época e os condicionamentos a um modo de vida mais restrito vêm da forte influência que a Igreja Católica exerce sobre o indivíduo, mantendo um rígido controle sobre o comportamento em sociedade. Os cidadãos exercem uns sobre os outros uma constante vigilância, certificando-se da manutenção da ordem. A ideia de pecado está fortemente estabelecida neste período, sendo, portanto, fonte de conflito o impulso gerado pelos desejos “não compatíveis” com a ordem vigente. Assim cria-se a dor escondida e submetida ao “bem comum”, e os impulsos mostram-se apenas através de pequenos atos, olhares e falas restritas, que deixam entreditos assuntos considerados inadequados (em sua maioria assuntos relacionados à sexualidade, porém não se restringem a isso). Na literatura, a obra do autor de Memórias Póstumas de Brás Cubas, segundo Alfredo Bosi, em História Concisa da Literatura Brasileira, é um divisor de águas, quando o narrador deixa de ser o poderoso que julga e tudo sabe e passa a ser um defunto, falando de si mesmo:
[…] que parece cavar um fosso entre dois mundos, foi uma revolução ideológica e formal…deixou emergir a consciência nua do indivíduo, fraco e incoerente, o que restou foram as memórias de um homem igual a tantos outros, o cauto e desfrutador, Brás Cubas (BOSI, 2013, p. 187).
Uma vez que o modelo Europeu era o modelo seguido, e que se tornava caro segui-lo, sendo somente possível às classes mais abastadas, o que se pode concluir é que existia (como existe hoje e em todas as épocas desta nossa civilização), um desejo muito grande de adquirir bens e, em consequência, ascender socialmente, para ser introduzido em grupos restritos. Sendo assim, à elite tudo era permitido e dado, e àqueles que não o eram, faziam de tudo para parecer que fossem. Mulheres neste período da história eram submetidas a regras rígidas que lhes impunha a sociedade, mantidas no ambiente doméstico, cuidavam dos lares e da família, proporcionando aos maridos o ambiente ideal para se desenvolverem profissionalmente. Esta sociedade patriarcal beneficiava os homens e mantinha as mulheres limitadas socialmente, sendo assim, elas criavam um mundo de futilidades e manejos para exercer poder sobre os homens. Essa forma feminina de conviver socialmente está representada nas figuras de Vigília, em Brás Cubas, e Capitu, em Dom Casmurro, sendo que no segundo romance, Capitu se expressa através do olhar.
Os homens figurando nas instâncias política, social e econômica tinham que manter uma condição de homens fortes e competentes, voltados à solução de problemas, que os levassem à prosperidade e, se possível, à distinção social. Havendo necessidade de ganhar o sustento, cabia ao sujeito encontrar os modos de alcançar seus fins ainda que não fossem de maneira ética. O que não se pode negar que ainda hoje exista em nossa sociedade.
José de Nicola, em Literatura Brasileira: Das origens ao nosso tempo, referindo-se aos romances realistas de Machado de Assis diz o seguinte:
[…] é uma narrativa mais preocupada com a análise psicológica, fazendo a crítica à sociedade a partir do comportamento de determinados personagens, é interessante constatar que os três romances realistas de M.A. apresentam nomes próprios em seus títulos: Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro… revelando clara preocupação com o indivíduo (NICOLA, 1988, p. 98).
Assim temos Brás Cubas, representando a alta burguesia, nascido filho primogênito de uma família de industriais, donos de muitos bens e propriedades, porém, sem título de nobreza almejava, contudo, um cargo político que era reservado apenas aos nobres. Filho desejado e muito mimado, principalmente pelo pai, não recebeu da figura paterna os rigores de uma educação construtiva, em que aprendesse a reparar os erros e os abusos contra negros ou menos favorecidos; sendo assim, desenvolveu com o mundo uma relação de usura, em que cada indivíduo com quem se relacionava tinha uma função de gratificação instantânea, movida pelo princípio do prazer, instinto esse que se caracteriza pela intolerância à frustração e incapacidade de planejamento a longo prazo. Vendo a si mesmo como o centro de todas as coisas, sua compreensão real do outro era praticamente nula, o mundo estava ali para servi-lo. Esta característica da personalidade de Brás Cubas fica muito clara numa das narrativas da obra (o escravo Prudêncio, ainda menino, era utilizado como cavalo de Brás Cubas que o montava e galopava pela casa). Sendo guiado pelos desejos (pelo princípio do prazer), constrói um mundo imediato, instantâneo, que lhe dá o que busca, sem precisar realizar esforço. Sendo assim, como poderá seguir uma profissão ou desenvolver um relacionamento afetivo duradouro? Anseia pela política, não para mudar ou melhorar a sociedade, mas sim para perpetuar o seu nome. Dá significado ao mundo a partir de seus desejos, uma vez que não desenvolveu a capacidade de empatia, o que está fora dele lhe é desconhecido ou uma vez desejado é absorvido, como se lhe pertencesse. Sobre esse mecanismo de defesa, conhecido como introjeção Fenichel (2006, p. 137), em Teoria Psicanalítica das Neuroses, diz que “a identificação, realizada através da introjeção, é o tipo mais primitivo de relação com os objetos…é o protótipo da satisfação instintiva e não de defesa contra o instinto […]”. Típica de uma personalidade imatura.
Os sonhos (fantasias que alimentava a seu próprio respeito) são mecanismos de defesa que o mantêm em relativa harmonia consigo e com o meio, Brás utiliza mecanismos de defesa típicos de um ego imaturo, cujas funções de mediação e harmonização com a realidade não estão bem desenvolvidas, vê a si próprio como um Cubas, um membro de uma família gloriosa, mas não como uma entidade individual, por isso sonha com grandes realizações, como uma compensação à sua frustração generalizada, desconhece seus limites e capacidades e, para evitar o sofrimento que lhe causaria pensar em suas limitações e equívocos, utiliza-se da negação, eliminando-as do seu consciente e quando responsabilizava outros de seus atos utilizava a projeção A respeito da projeção, Fenichel (2006, p. 136) descreve-a da seguinte forma: “de modo geral o organismo prefere sentir os perigos como ameaças que vêm de fora a senti-los de dentro… O impulso ofensivo é percebido na outra pessoa e não no próprio ego do indivíduo”. E sempre que esses mecanismos não funcionavam, tinha tendência a deprimir-se.
Com uma baixa tolerância à frustração, não buscava, através da introspecção, encontrar os motivos que o levavam a tais resultados, desfavoráveis. Sua vida amorosa confirma essa mesma tendência, seja nas relações que manteve quando jovem com uma prostituta de luxo, a quem pagava grandes quantias para “ser amado”, seja como amante de Virgília, mulher casada, com quem manteve um relacionamento longo e tumultuado. Nas amizades, o personagem não desenvolveu afetos expressivos e, quando perde a mãe, com quem mantinha um relacionamento positivo e carinhoso, não expressa qualquer sentimento mais profundo.
Até as razões que o levaram à morte são indefinidas. Quando soube que precisava de tratamento, não cuidou do corpo como devia (morreu de um remédio que ele mesmo criou) o que pode sugerir autopunição. Brás Cubas revela suas lembranças, após sua morte física, como se estivesse a dizer que, agora morto, sente-se mais vivo do que antes, pelo menos mais capaz de compreender a si mesmo, pela primeira vez, ressentido consigo mesmo, torna-se capaz de autocrítica. Porém, está morto e já não pode reparar seus erros.
A crítica que o autor faz à classe alta, suas futilidades e inutilidade, seus sentimentos de superioridade, pelo poder que o dinheiro tem nesta sociedade, é mordaz e está bem representada na figura de um morto-vivo.
Na obra Dom Casmurro, Bentinho é o personagem principal do romance, adolescente, criado pela mãe com cuidados extremos, demonstrava forte apego à figura materna, que ele descrevia com muitas e excelentes qualidades, era submisso a suas ordens e demonstrava dificuldade em formular conceitos a respeito de pessoas e coisas. Órfão de pai, desde tenra idade, muitas vezes referia-se a ele pelo nome ou por sua condição de marido da mãe, o que pode sugerir identificação com a figura feminina, uma vez que não traz memórias afetivas do pai. Para a teoria do desenvolvimento, na obra Psicologia do Desenvolvimento, Ângela Bagio refere-se à identificação dos filhos com os pais como sendo um fator importante na formação da personalidade:
Como vimos ao discutir as teorias de identificação, o “poder” dos pais é outra variável importante. Meninos que percebem o pai como competente e como poderoso dispensador de reforços positivos e também de punições são mais masculinos. […] A dominância da mãe é uma variável que prejudica o desenvolvimento da masculinidade em meninos (1998, p. 287).
Quando nasceu, seu futuro foi programado para ser padre. Essa questão não se discutia e tão pouco interessava a opinião do jovem a esse respeito. Quando Bentinho tomou conhecimento dessa situação, ficou muito contrariado, contudo não confrontou a mãe, nem se negou a seguir esse caminho. Essa ambivalência diante do impulso de luta (conflito entre impulso ativo e passivo) traz ao personagem sofrimento real, pois não é capaz de agir. Alberto Tallaferro (1989, p. 129), em Curso Básico de Psicanálise, afirma sobre essa questão que “a ambivalência é o surgimento de duas atitudes em oposição recíproca, uma como expressão de amor e outra de agressão”. O autor da trama expõe a debilidade do indivíduo frente à autoridade materna e religiosa, com poder suficiente para impor sua vontade sobre a vida de alguém, antes mesmo de nascer. No século XIX, quando o poder da igreja Católica era muito maior, esse tipo de promessa não era raro, e Machado de Assis com seu olhar crítico o traz à discussão.
Devido à perda do pai, na primeira infância, Bentinho desenvolveu uma relação de dependência com a mãe, em que era dominado e superprotegido. Em seus relacionamentos futuros mantém o mesmo posicionamento, pede conselhos à namorada Capitu, que exerce sobre este uma forte influência, porém ambígua, ressentindo-se cada vez mais, por não expressar sua opinião ou lidar com sua própria agressividade, utiliza-se excessivamente da repressão, para esconder esse sentimento de impotência. E, frustrado consigo mesmo, acaba deslocando esse ressentimento e projetando suas dúvidas nos mais próximos. Fenichel (2006, p. 138), sobre a repressão, afirma que, através da negação ou do “esquecimento” o ego exclui da consciência o impulso interno ou estímulo externo causador de conflito, mantendo-o no inconsciente.
A respeito do deslocamento e da projeção, Fenichel (2006, p. 136) refere-se à projeção como um impulso de colocar para fora de si um impulso sentido como ofensivo, desta forma o ego desloca o impulso e projeta no outro aquilo que causa ansiedade ou sentimento de culpa no sujeito, eliminando assim o motivo do conflito.
O isolamento foi descrito por Fenichel (2006, p. 144) como um mecanismo de defesa, que isola o verdadeiro impulso, sentido como censurável e passível de retaliação por parte de uma figura de autoridade-figura materna ou paterna- mantendo ideias e pensamentos distantes entre si.
Machado de Assis consegue desvendar a personalidade de seus personagens com grande sensibilidade. Em Dom Casmurro, o autor cria o dilema de Bentinho e o coloca no centro da trama, não oferece ao leitor uma solução, pelo contrário, intensifica essa característica do personagem quando o coloca afastado do mundo (como sintoma de uma doença que o limitou). Bentinho recria um ambiente “seguro”, na casa que possui as mesmas características da casa materna. E se viver assim não lhe traz felicidade, lhe poupa da dúvida em seu interior, com relação à infidelidade de Capitu.
O nome dado à obra “Dom Casmurro” também é revelador da verdadeira personalidade do protagonista, pois se não resolve suas questões mais importantes é porque se utiliza de um mecanismo de defesa chamado ruminação, retornando sempre aos mesmos conflitos, sem encontrar uma solução. E ao isolamento, mecanismo de defesa que lhe confere algum bem-estar, por isolar a si mesmo de tudo que lhe causa dor.
Sobre a condição de advogado, não aparece menção a respeito de suas atividades, concluindo-se que esse não trabalhava, por ser herdeiro de terras e imóveis Bentinho provavelmente vivia de rendas. José de Nicola traz essa questão como sendo mais uma característica do realismo do autor:
O romance realista analisa a sociedade “por cima”, ou seja, seus personagens são capitalistas, pertencem a classe dominante…percebemos que Brás Cubas não produz o mesmo acontecendo com Bentinho…o romance realista é documental, retrato de uma época (NICOLA, 1988, p.98).
Estas análises, se não contêm uma estrutura completa para um estudo de caso, oferecem uma visão geral de dois importantes personagens da obra de Machado de Assis, sob o ponto de vista da psicanálise. Diante de uma obra ficcional, podemos admirar o realismo com que descreve o comportamento humano e a profundidade de suas observações com respeito às crenças sociais de um período histórico, em que a liberdade de ação e de pensamento está cerceada por poderes e instituições com a igreja, a família, o governo, etc.
O ser humano é capaz de criar relações com o mundo, porém é a qualidade dessas relações que diferenciam os indivíduos, cada pessoa oferece e pede aquilo que se encontra dentro dos limites de seu mundo interno, de suas crenças. No caso de nossos heróis, esses limites estão bem claros e definidos em ambas as obras e o que vemos é um excessivo uso de mecanismos de defesa do ego em ambos que os leva a fuga da realidade e ao isolamento, bem como a uma falsa autoimagem.
Situado entre o id, o ego e o meio ambiente e constantemente controlado pelo superego, o ego encontra-se em posição bastante difícil, isso as às vezes provoca angústia e esta mobiliza o processo defensivo… Estes mecanismos de defesa são utilizados pelo organismo contra perigos intrapsíquicos e extrapsíquicos ou ambientais (TALLAFERRO, 1989, p. 77).
REFERÊNCIAS
BAGIO, Ângela M. Brasil. Psicologia do Desenvolvimento. 13. ed. São Paulo: Vozes, 1998.
BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. 49. ed. São Paulo: Cultrix, 2013.
COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1964.
FENICHEL, Otto. Teoria Psicanalítica das Neuroses. São Paulo: Atheneu, 2006.
NICOLA, José de. Literatura Brasileira da Origem aos Nossos Dias. 9. ed. São Paulo: Sippioni, 1988.
TALLAFERRO, Alberto. Curso Básico de Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1989.