O tédio infinito

Paulo Henrique Britto

O tédio infinito

O tédio infinito dos hotéis
de três estrelas, tardes que se estendem
em direção a noites povoadas

por dois ou três garçons indevassáveis
num bar onde nenhum turista húngaro
cochila diante da tevê autista

em que uma locutora silenciosa
exibe a três poltronas de pelúcia
duas fileiras de dentes de carnívora.