Acaba de sair, fresca ainda dos prelos digitais, a edição 31 da revista Mafuá! Às telinhas, leitores! Rufem os teclados, os smartphones e os tablets, pois há muito que ver. Nesta edição, contamos com 10 Ensaios que nos levam da retórica seiscentista e do arcadismo português ao feminismo contemporâneo, sem deixar também de fazer uma ponte nos estudos pós-coloniais. Aí está uma pequena amostra da variedade temática que tem permeado as salas de aula!
O leitor interessado nas preciosas velharias do vernáculo encontrará prazer na leitura dos ensaios escritos por Flávia Giaccobo Ribeiro e Helena Pereira Ruzzi – o primeiro é dedicado ao estudo da representação feminina na obra de Bocage; o segundo revisita um famoso sermão do Padre Vieira a fim de identificar-lhe as raízes aristotélicas.
O realismo do século XIX e a psicanálise se encontram no estudo de Dayse de Mattos Hauque sobre os heróis machadianos em Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro.
A literatura de cordel é também agraciada pelo ensaio de Narumi Ito sobre a técnica mitologizante empregada pelo cordelista Antônio Costa.
O romance Mulheres de Atenas, do escritor gaúcho Jorge Fischer Nunes, ganha novos ares com a análise de Luana Isoppo da Silva, que propõe uma discussão sobre os limites entre ficção e memória.
Os estudos feministas estão representados pelos ensaios de Brenda Letícia Guimarães Marinossi, Nayara Stefanie Mandarino Silva e Suelen Gomes Veleda. O primeiro estuda as personagens femininas do romance A vendedora de fósforos, de Adriana Lunardi. O segundo, propõe uma análise da retratação feminina no poema Woman’s Constancy, de John Donne. E no terceiro encontram-se análises de algumas canções brasileiras que representam a cultura da violência feminina.
Dando um enfoque em escritoras negras, Satumata Malam Sambu Sanhá e Marlene Arminda Quaresma José abordam nos seus ensaios, respectivamente, o romance Niketche, de Paulina Chiziane, e os poemas de Conceição Lima na obra A dolorosa raiz do micondó.
Mas, para além de análises e reflexões teóricas, trazemos na seção Criação três contos, escritos por Felipe Pinheiro, Nicolas Rodrigues e Danilo Noberto, e três poemas, versejados por Nicolas Machado, Carolina Alves e Ana Yanca Maciel.
A Obra Rara, por sua vez, “abandonando” lirismos e literariedades, nos dá algo muitíssimo necessário ultimamente: o riso. Samanta Rosa Maia, responsável pela apresentação d’O galhofeiro, contextualiza o problema da autoria nessa obra, que nada mais é que uma compilação de ótimas anedotas, contos engraçados e bobagens. Além da falta de assinatura no livro e a (in)existência de um tal de João Pindoba, é muito difícil propor autorias nesse gênero porque, afinal, “as piadas não têm autor”.
Por fim, foi realizada uma Entrevista com Taiza Mara Rauen Moraes, professora de literatura na Universidade da Região de Joinville e coordenadora do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (PROLER) de Joinville.
E agora, sem mais delongas, desejamos uma boa leitura a todos!
Comissão Editorial
Alckmar Luiz dos Santos
Samanta Rosa Maia
Paulo Henrique Pergher
Vinícius Rutes Henning
Gabriel Esteves
Isabel Mafessolli
Karem Caroline da Silva
Fernanda Gina Aguiar Souza
Thais Piloto da Silva